Conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira com 65 anos ou mais representa mais de 10% dos habitantes. No Brasil, a expectativa de vida é de 79 anos para mulheres e 72 anos para homens.
Segundo dados do relatório World Population Prospects da ONU, a população mundial com idade acima de 65 anos atingiu 771 milhões em 2022, um aumento significativo em relação aos 285 milhões registrados em 1980. As projeções apontam para um crescimento contínuo, estimando que, em 2030, o número de idosos ultrapasse 994 milhões e, até 2050, alcance 1,6 bilhão de pessoas com 65 anos ou mais.
Com uma expectativa de vida sete anos maior do que a dos homens, as mulheres representam a maioria da população idosa no Brasil. Mas esta nova geração 60+ não quer apenas viver mais — ela quer viver melhor.
Ativas, independentes e protagonistas de suas decisões, essas mulheres estão redefinindo o conceito de envelhecer, e o mercado imobiliário começa, finalmente, a acompanhar esse movimento com as moradias Senior Living.
Muito além das tradicionais casas de repouso, o modelo de Senior Living promove autonomia, bem-estar e conexão social. "Trata-se de moradias planejadas para um envelhecimento ativo, com estruturas acessíveis, serviços de saúde personalizados e espaços de convivência pensados para estimular o dia a dia — tudo isso sem abrir mão da privacidade e da liberdade", explica a diretora-presidente do Instituto Mulheres no Imobiliário e MI2B, Elisa Rosenthal.
Economia prateada em ascensão
A chamada “economia prateada”, que envolve produtos e serviços voltados para pessoas com mais de 60 anos, movimenta mais de US$ 15 trilhões em todo o mundo. Nos Estados Unidos e na Europa, os Baby Boomers, geração de pessoas nascidas entre 1946 e 1964, já impulsionam uma verdadeira revolução no setor habitacional, conforme dados do European Parliament.
No Brasil, essa tendência já se reflete em empreendimentos que aliam conforto, tecnologia e acessibilidade, atendendo às expectativas dessa geração.
“Condomínios com infraestrutura voltada para o público 60+, serviços personalizados e espaços de lazer integrados ao cotidiano são algumas das soluções que vêm sendo implementadas para atender às necessidades desse grupo”, comenta Elisa.
Outro fator impulsionador deste movimento é a digitalização. Aplicativos e plataformas voltadas para o público sênior têm facilitado a rotina e ampliado o acesso a serviços essenciais, desde consultas médicas até o gerenciamento financeiro. No setor imobiliário, ferramentas digitais ajudam esse público a encontrar moradias adequadas, enquanto tecnologias assistivas – como sensores inteligentes, assistentes de voz e automação residencial – garantem mais segurança e conforto.
Para Elisa Rosenthal, essa nova abordagem reflete uma mudança cultural importante. "O envelhecimento não deve ser visto como um fim, mas como uma nova fase repleta de possibilidades. Oferecer moradias que proporcionem independência, conexão social e bem-estar é fundamental para acompanhar essa evolução", destaca.
Além de viverem mais, as mulheres têm um papel central nas decisões sobre moradia e consumo. São elas que buscam soluções que ofereçam segurança, qualidade de vida e lazer. Ao mesmo tempo, querem manter sua individualidade, seus hobbies e seus vínculos sociais. Por isso, o futuro do Senior Living é, definitivamente, feminino. O setor precisa entender que envelhecer não é sinônimo de parar — é viver com mais propósito.
Projetos como o BIOOS Home, em Curitiba, desenvolvido pela Construtora Laguna, já colocam esse conceito em prática. O empreendimento, voltado exclusivamente para o público 60+, alia tecnologia, acessibilidade e serviços de bem-estar em um ambiente que incentiva a autonomia dos moradores. Outros formatos, como vilas colaborativas criadas por grupos de amigas e redes de apoio comunitárias, também ganham força, especialmente entre mulheres que não querem envelhecer sozinhas ou isoladas.
O empoderamento das mulheres no mercado imobiliário
Em meio à ascensão do mercado imobiliário, a presença feminina ganha destaque. Esse crescimento reflete uma mudança significativa na relação das mulheres com o setor imobiliário. Mais do que consumidoras, elas estão se tornando protagonistas na tomada de decisões financeiras e nos investimentos em imóveis, tanto para moradia quanto para geração de renda. Esse movimento acompanha uma tendência global, na qual o público feminino vem ampliando sua participação no mercado de capitais e em setores tradicionalmente dominados por homens.
Segundo Elisa Rosenthal, essa mudança está diretamente ligada ao fortalecimento da independência financeira feminina e à busca por alternativas seguras e rentáveis para diversificação do patrimônio. “O aumento da presença feminina no mercado imobiliário não é apenas um reflexo da maior participação da mulher na economia, mas também do reconhecimento de que investir em imóveis pode ser um caminho sólido para garantir autonomia e segurança financeira em longo prazo”, afirma.
Viver bem é o futuro
Mais do que um novo modelo de moradia, o Senior Living representa uma mudança de mentalidade. A mulher 60+ quer se sentir parte do mundo, continuar aprendendo, trabalhando, se apaixonando — e, acima de tudo, vivendo com dignidade. O setor imobiliário e os serviços de saúde e bem-estar precisam acompanhar essa realidade. “O futuro do envelhecimento não é apenas sobre longevidade, mas sobre viver plenamente. E as mulheres estão liderando essa transformação”, finaliza Elisa.
Fonte: bnews.com.br
Cadastre-se e receba novos imóveis direto na sua caixa de e-mail